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sábado, 17 de novembro de 2012

As Mãos de Minha Mãe



Em uma manhã de um dia sem sol observei no hall de minha casa o esplendor de um pequeno vaso de flores que proporcionou aos meus olhos uma alegria com a chegada de mais uma estação do ciclo terrestre.

A flor despertou em mim uma lembrança trazendo à minha mente a figura de minha mãe que era apaixonada por essa flor, “conhecida por maio”. Na sua candura de mulher cultivava-a em pequenos vasos em nossa antiga casa da Rua Zacarias de Góes, onde crescemos no pensamento e para a vida.

Quando meu pensamento concentrou-se na máquina de costura que era sua atividade principal, fiquei imaginando sua habilidade como costureira doméstica e depois servindo uma clientela mais refinada, entrando no mundo da moda.

Mas o que é a moda?

Conforme pesquisa realizada, a palavra significa costume e provém do latim modus. A variação da característica das vestimentas surgiu para diferenciar o que antes era igual, usava-se um estilo de roupa desde a infância até a morte.

A partir da Idade Média, as roupas eram diferentes seguindo um padrão que aumentava segundo a classe social, houve até leis que restringiam tecidos e cores somente aos nobres.

A burguesia que não era nobre, mas era rica, passou a imitar o estilo nobre das roupas iniciando um processo de grande trabalho aos costureiros que a partir de então, eram obrigados a produzirem diferentes estilos para diferenciar os nobres dos burgueses. 

Com a revolução industrial no século XVIII, o custo dos tecidos diminuiu bastante, em 1850 com a invenção das máquinas de costura, caiu ainda mais.

Mesmo após a facilidade das confecções, as mulheres ainda eram privadas da modernidade continuando a usar roupas sob medida. A partir desta dificuldade, surgiu a alta costura que produzia diferentes estilos por meio de estilistas que inventavam tendências.

Com o tempo, surgiram as costureiras domésticas que se utilizavam de modelos das revistas desenhadas pelos estilistas; criando assim, um nicho de mercado.

Aquelas que se destacavam começaram a ser solicitadas por quem não tinha essa habilidade, para realizar seus sonhos com os tecidos.





As mãos de minha mãe:

Uniram com um alinhavo as partes do molde sem esquecer que cada uma é diferente da outra e que juntas fazem um todo como a família
As mãos de minha mãe:
Fizeram bainhas para que pudéssemos crescer para que não ficassem curtos os ideais.

As mãos de minha mãe:

Juntaram retalhos para que tivéssemos uma manta única que nos cobrisse...

As mãos de minha mãe:
Seguraram presilhas e botões para que estivéssemos unidos e não perdêssemos a esperança...

As mãos de minha mãe:
Aplicaram elásticos para podermos adaptar folgadamente às mudanças exigidas pelos anos...

As mãos de minha mãe:
Bordaram maravilhas para que a vida nos surpreendesse com as suas continuas dádivas de beleza...

As mãos de minha mãe:
Coseram bolsos para guardar neles as moedas valiosas das melhores recordações de nossa identidade...

As mãos de minha mãe:
Quando estavam quietas zelavam os meus sonhos para que alimentasse os meus ideais com o pó das suas estrelas.

As mãos de minha mãe:
Seguraram-me com linhas mágicas, quando entrava na vida... Para começar a vesti-la;

As mãos de minha mãe:

Nunca abandonaram o seu trabalho... E sei muito bem que hoje, onde estiverem, fazem orações por mim.

E eu beijo-as como se recebessem bênçãos.

NOTA DO AUTOR FORMATADOR
O texto inicial é de minha autoria sendo o poema “as mãos de minha mãe” de autor desconhecido que foi extraído de uma formatação recebida e por mim adaptado.
 Se desejar ver esse texto em formatação para slides em Power Point, acesse o site: http://sergrasan.com/toninhovendraminislides/
   

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns,poeta!Amei a leitura!
Abraço.
Elenite Araujo.

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