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quarta-feira, 16 de maio de 2018

AMEAÇADA DE EXTINÇÃO


A fera está acuada. Maior felino das Américas, temida por sua ferocidade a admirada pela beleza incomum, a onça-pintada protagoniza uma luta incrível pela vida. Ela depende  de territórios extensos e ainda selvagens com fartura de água e caça para saciar o apetite carnívoro de seu corpo musculoso que  chega a 130 quilos. 

Confinada em áreas cada vez mais isoladas e menores por causa da crescente devastação das florestas, o animal enfrenta mais um drama perante a sua delicada sobrevivência: sem o intercambio entre as onças, sua diversidade genética - a garantia de sobrevivência  das especies - está em queda livre.

Mas uma experiência pioneira no mundo, realizada por cientistas brasileiros, poderá preservar a genética desse bicho. Os primeiros embriões da onça-pintada já foram produzidos in-vitro e estão congelados num laboratório em São Paulo.

A onça-pintada não é um animal qualquer. Personagem de casos e lendas contadas ao redor de fogueiras pelo interior brasileiro - que aludem a sua ferocidade e esperteza -, a simples menção de seu nome provoca calafrios. 

Há razões de sobra para que esse bicho, tão respeitado em nossas matas, cause temor. Dona de um rugido estremecedor, a pintada chega a 2,70 metros de pura flexibilidade e força impressionante; ela sobe em arvores, atravessa rios a nado, pesca com patadas certeiras, tritura cascos de tartaruga como se fossem nozes para saborear-lhe a carne e domina técnicas fulminantes de ataque.

Os passos são leves, mas, se a velocidade é exigida, suas patas traseiras invadem as dianteiras, gerando uma fabulosa capacidade de impulso. Com caninos de 5 centímetros cravados na região cervical de um boi, é capaz de mata-lo com uma só mordida.

Quando avança sobre os rebanhos, certamente algo de muito sério está acontecendo na natureza. Sabe-se  que seu cardápio é vastíssimo, incluindo cobras, aves, jacarés e presas grandes como o veado. 

Mas quando a comida diminui por causa de agressões à natureza, como as queimadas, a onça torna-se caçadora oportunista e ataca rebanhos, como explica o biólogo brasileiro Peter Crawshaw, considerado o maior especialista no assunto.

É justamente aí que se forma o circulo dramático a qual está presa, não consegue escapar e agoniza.Vivendo num ambiente fragmentado pelo avanço humano e obrigada a procurar alimento nos pastos, torna-se inimiga dos fazendeiros, que a caçam indiscriminadamente.  



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